Sessão desta quarta-feira (15) contou com a presença de testemunhas de acusação e comuns, além dos réus Roberto Franceschetti Filho, que participou de forma remota, e Dilomar Batista. Fórum de Bauru (SP)
Aceituno Jr./TV TEM
A primeira audiência do processo que apura a morte de Cláudia Regina da Rocha Lobo, ex-secretária-executiva da APAE de Bauru (SP), terminou por volta das 17h45 desta quarta-feira (15).
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Realizada no Fórum de Bauru, a sessão foi conduzida pelo juiz Fábio Correia Bonini, da 4ª Vara Criminal, e contou com a presença de testemunhas de acusação e comuns, além dos réus Roberto Franceschetti Filho, que participou de forma remota, e Dilomar Batista.
Entre as testemunhas confirmadas, algumas também participaram online, como o delegado Cledson Nascimento, que está de férias, e Fernando Sheridan, primo de Cláudia, que reside em Guarujá (SP).
A TV TEM apurou que uma das nove testemunhas não compareceu por estar em viagem fora do Brasil, mas a identidade dela não foi divulgada.
Os advogados de acusação reiteraram a gravidade do caso e reforçaram o pedido de prisão preventiva de Dilomar Batista, alegando que ele tenta prejudicar as provas do crime desde o homicídio.
“A nossa expectativa é que os fatos apurados pela polícia até o momento sejam confirmados. E a família [de Cláudia Lobo] , por meio da assistente de acusação, entrou com um pedido de prisão preventiva do Dilomar. Recentemente, foi anexada aos autos, no dia 30 de dezembro, a transcrição de uma conversa entre Dilomar e Roberto, onde eles combinam a destruição de vestígios no local onde o corpo foi queimado. Além disso, há outras situações no processo que, no nosso entendimento, deixam claro que eles tentaram, desde o início, atrapalhar as investigações e ocultar provas”, disse Alison Cardi, advogado de acusação da família.
Por outro lado, as defesas de Roberto e Dilomar mantiveram seus posicionamentos de negar envolvimento direto no assassinato. Porém, Dilomar, já confessou, em depoimento à polícia o crime de ocultação de cadáver.
“Nós afirmamos que Roberto é inocente. Não apenas a nossa afirmação, mas também a dele, sustentada por algumas questões processuais e provas técnicas que temos. Além das provas técnicas, há a possibilidade de apresentarmos outras evidências e testemunhas que ainda serão ouvidas. Preferimos aguardar o desenrolar das audiências e das oitivas para, no momento adequado, expor a tese de defesa”, disse Leandro Pistelli, advogado de defesa de Roberto Franceschetti Filho.
“O Dilomar confessou à Polícia tanto o crime de ocultação de cadáver quanto o de fraude processual e nega qualquer tipo de participação no homicídio. Então como ele já é um réu-confesso isso deve se manter até o fim. Vamos alegar que houve coação para ele participar disso. Quanto ao pedido de prisão, o relatório que foi juntado em dezembro não trouxe nada de novo. Tanto que o promotor já se manifestou de forma contrária a esse pedido, justamente por não ter nada de novo, não ter motivo. Então provavelmente o judiciário segue nesse mesmo caminho” disse Thiafo Tezani, advogado de defesa de Dilomar.
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Arquivo pessoal
Segundo dia de audiência
Nesta quinta-feira (16), as audiências continuam a partir das 13h30, com o depoimento das testemunhas de defesa e o interrogatório dos réus.
Roberto Franceschetti Filho e Letícia Lobo, filha de Cláudia, participarão novamente de forma remota, enquanto seus advogados estarão presencialmente no Fórum.
O caso segue na fase de instrução e julgamento, onde o juiz decidirá se os acusados irão a júri popular.
Relembre o caso
Cláudia Lobo desapareceu em 6 de agosto de 2024. Imagens de câmeras de segurança registraram a última vez que foi vista, caminhando em direção ao carro da Apae com um envelope nas mãos. Roberto foi preso dias depois como principal suspeito.
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Durante as investigações, fragmentos de ossos foram encontrados em uma propriedade rural de Bauru. No entanto, o laudo divulgado em dezembro pela Polícia Científica apresentou resultados inconclusivos sobre a origem humana dos materiais.
Dilomar Batista, auxiliar de almoxarifado da Apae, é suspeito de ajudar Roberto a queimar o corpo de Cláudia e espalhar os restos pela área de mata.
Além deste processo, Roberto Franceschetti Filho e outras 12 pessoas respondem por desvios de recursos na Apae, acusados de peculato e formação de organização criminosa.
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