{"id":204,"date":"2023-05-01T07:24:13","date_gmt":"2023-05-01T10:24:13","guid":{"rendered":"https:\/\/spbaurumarilia.jornalfloripa.com.br\/arquivos\/204"},"modified":"2023-05-01T07:24:13","modified_gmt":"2023-05-01T10:24:13","slug":"amigo-do-tempo-idoso-restaura-relogios-seculares-no-interior-de-sp-vontade-de-preservar-a-historia","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/spbaurumarilia.jornalfloripa.com.br\/arquivos\/204","title":{"rendered":"Amigo do tempo, idoso restaura rel\u00f3gios seculares no interior de SP: \u2018Vontade de preservar a hist\u00f3ria\u2019"},"content":{"rendered":"


De maneira volunt\u00e1ria, Jaime Prado, de 70 anos, j\u00e1 revitalizou tr\u00eas rel\u00f3gios de torre instalados em pr\u00e9dios antigos, dois deles considerados patrim\u00f4nios tombados, em Bauru (SP). Amigo do tempo, idoso restaura rel\u00f3gios seculares em Bauru (SP)
\nArquivo pessoal
\nO rel\u00f3gio \u00e9 um dos artefatos mais longevos em uso pela humanidade: a origem da vers\u00e3o mec\u00e2nica do aparelho data dos anos 700. Centenas de anos depois, ainda h\u00e1 quem dedique tempo a preservar a hist\u00f3ria do utens\u00edlio. Uma dessas pessoas \u00e9 um idoso de 70 anos que vive em Bauru, no interior de S\u00e3o Paulo.
\nAo g1, Jaime Prado, que trabalha como rep\u00f3rter cinematogr\u00e1fico h\u00e1 mais de 40 anos, contou que, assim como na videografia, encontrou na atividade de relojoeiro uma maneira de manter viva a hist\u00f3ria. Na cidade, ele j\u00e1 restaurou tr\u00eas rel\u00f3gios de torre instalados em pr\u00e9dios antigos, dois deles patrim\u00f4nios tombados, de maneira volunt\u00e1ria.
\nNatural de Junqueir\u00f3polis (SP), Jaime se mudou com a fam\u00edlia para Bauru em 1974. De in\u00edcio, trabalhou como frentista em um posto de combust\u00edveis. Mais tarde, foi aceito para trabalhar na antiga Col\u00f4nia Aimor\u00e9s, hoje Instituto Lauro de Souza Lima (ILSL), refer\u00eancia mundial em pesquisa e tratamento de hansen\u00edase.
\nRel\u00f3gio que ficou parado por mais de 40 anos em Bauru (SP) foi restaurado por Jaime em 2007
\nArquivo pessoal
\nFoi na institui\u00e7\u00e3o que Jaime descobriu o interesse pelos rel\u00f3gios. Em 1977, ele reparou que o dispositivo da Igreja Nossa Senhora das Dores, dentro da Col\u00f4nia, estava parado. Intrigado, resolveu investigar.
\n\u201cNa \u00e9poca, tentei consertar e o diretor me disse: \u2018N\u00e3o, isso \u00e9 coisa velha, n\u00e3o funciona mais\u2019. Aquilo estava parado h\u00e1 36 anos. Em 2007, decidi retornar \u00e0 torre da igreja e finalmente reparei o rel\u00f3gio\u201d, relembra.
\nCom ajuda de um interno, Jaime desmontou a m\u00e1quina, limpou as pe\u00e7as e engrenagens, repletas de ferrugem, e restaurou o \u201ctrambolh\u00e3o\u201d, como ele conta.
\n“Nunca fui relojoeiro. Conhe\u00e7o rel\u00f3gios pelos que uso no pulso. Mas a curiosidade de fazer aquela m\u00e1quina do tempo voltar a funcionar foi um dom de Deus\u201d, diz Jaime.
\nAntes (esq.) e depois (dir.) de rel\u00f3gio da antiga Col\u00f4nia Aimor\u00e9s restaurado por Jaime, em Bauru (SP)
\nArquivo pessoal
\nO rel\u00f3gio da Col\u00f4nia restaurado por Jaime \u00e9 um Michelini. Segundo ele, apenas 1.200 pe\u00e7as do artefato foram fabricadas no Brasil entre 1908 e 1969, per\u00edodo em que a f\u00e1brica esteve em atividade no pa\u00eds.
\nTr\u00eas delas foram instaladas em Bauru ainda no s\u00e9culo passado. Al\u00e9m do ILSL, h\u00e1 m\u00e1quinas da marca na Casa Lusitana, constru\u00e7\u00e3o tombada em 2011 pelo Conselho de Defesa do Patrim\u00f4nio Cultural da cidade (Codepac), e na Par\u00f3quia Santa Terezinha, onde Jaime tamb\u00e9m j\u00e1 fez reparos.
\nMat\u00e9ria sobre o trabalho de restaura\u00e7\u00e3o feito por Jaime na Par\u00f3quia Santa Terezinha, em Bauru (SP)
\nArquivo pessoal
\nO idoso restaurou ainda o rel\u00f3gio e a campainha da antiga Esta\u00e7\u00e3o Central Noroeste do Brasil, inaugurada no final da d\u00e9cada de 40 e considerada uma das principais respons\u00e1veis pelo desenvolvimento da regi\u00e3o \u00e0 \u00e9poca. O pr\u00e9dio \u00e9 considerado patrim\u00f4nio pelo Codepac desde 1999.
\n“Meus trabalhos em Bauru foram todos volunt\u00e1rios. \u00c9 a vontade de preservar a hist\u00f3ria e mant\u00ea-la viva na mem\u00f3ria das pessoas\u201d, diz.
\nAt\u00e9 rel\u00f3gio estrangeiro
\nRel\u00f3gio franc\u00eas Japy Freres de 1855 restaurado por Jaime em Bauru (SP)
\nReprodu\u00e7\u00e3o\/Arquivo pessoal
\nMas as atividades de Jaime n\u00e3o se restringem ao centro-oeste paulista. Hoje, o idoso est\u00e1 baseado no pequeno munic\u00edpio de Alvorada do Sul (PR), onde trabalha na restaura\u00e7\u00e3o de uma m\u00e1quina de 1935.
\n\u201cHoje em dia, esta profiss\u00e3o est\u00e1 quase em extin\u00e7\u00e3o. Eu me sinto honrado em preservar e manter a hist\u00f3ria dos rel\u00f3gios antigos, porque a hist\u00f3ria n\u00e3o tem dono, ela tem seguidores\u201d, diz.
\nEntre os rel\u00f3gios que Jaime recebe para consertar, que datam desde o s\u00e9culo XIX \u00e0 d\u00e9cada de 40, h\u00e1 alguns vindos at\u00e9 de fora do pa\u00eds. At\u00e9 hoje, o que mais chamou a aten\u00e7\u00e3o dele foi um Japy Freres, rel\u00f3gio de mesa franc\u00eas com m\u00e1rmore carrara fabricado em 1855.
\n“Ele chegou na minha m\u00e3o sem o p\u00eandulo e a chave e com as engrenagens travadas. Uma joia rara. Simplesmente maravilhoso”, comenta.
\nNa Par\u00f3quia S\u00e3o Sebasti\u00e3o, em Ava\u00ed (SP), Jaime tamb\u00e9m consertou e revitalizou um rel\u00f3gio da famosa f\u00e1brica holandesa Eijsbouts. De acordo com ele, a m\u00e1quina estava parada h\u00e1 mais de 40 anos. “S\u00f3 existe um desse na nossa regi\u00e3o”, diz.
\nJaime tamb\u00e9m restaurou um rel\u00f3gio da Eijsbouts, famosa fabrica holandesa de rel\u00f3gios de torre
\nArquivo pessoal
\nVeja mais not\u00edcias da regi\u00e3o no g1 Bauru e Mar\u00edlia
\nV\u00cdDEOS: Assista \u00e0s reportagens da TV TEM<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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