{"id":374,"date":"2023-05-10T06:44:33","date_gmt":"2023-05-10T09:44:33","guid":{"rendered":"https:\/\/spbaurumarilia.jornalfloripa.com.br\/arquivos\/374"},"modified":"2023-05-10T06:44:33","modified_gmt":"2023-05-10T09:44:33","slug":"ja-incentivo-meus-filhos-comeco-pode-ser-frustrante-profissionais-contam-como-e-trabalhar-com-programacao","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/spbaurumarilia.jornalfloripa.com.br\/arquivos\/374","title":{"rendered":"‘J\u00e1 incentivo meus filhos’; ‘come\u00e7o pode ser frustrante’: profissionais contam como \u00e9 trabalhar com programa\u00e7\u00e3o"},"content":{"rendered":"


Em entrevista ao g1, pessoas da \u00e1rea contam que o universo da programa\u00e7\u00e3o \u00e9 uma boa porta de entrada para quem busca construir carreira em TI, mas setor imp\u00f5e v\u00e1rios desafios; leia relatos. Patr\u00edcia Alves, Herc\u00edlio Lopes e Klecianny Melo contam seus desafios para entrar na tecnologia da informa\u00e7\u00e3o
\nCelso Tavares\/g1 e arquivo pessoal
\nCom hist\u00f3rias de vida diferentes, Patr\u00edcia, Herc\u00edlio, Klecianny, Lucas e Diego t\u00eam uma coisa em comum: todos escolheram a programa\u00e7\u00e3o, \u00e1rea que est\u00e1 sob o guarda-chuva da tecnologia da informa\u00e7\u00e3o (TI), para ganhar dinheiro.
\nPara esses profissionais, o setor tem muitos desafios e as demiss\u00f5es em massa geraram ainda mais temor. Mas especialistas consultados pelo g1 dizem que, apesar da tend\u00eancia de corte, a programa\u00e7\u00e3o continua sendo a porta de entrada para quem deseja se aventurar por TI.
\nPrograma\u00e7\u00e3o ainda vale a pena? D\u00e1 dinheiro? Profissionais contam como est\u00e1 o setor (e d\u00e3o dicas)
\nO g1 ouviu programadores de v\u00e1rias regi\u00f5es do Brasil que contam: mesmo com os desafios e as incertezas do mercado com as demiss\u00f5es, a \u00e1rea \u00e9 vantajosa e n\u00e3o s\u00f3 financeiramente. (Leia os relatos a seguir).
\nDe malas prontas para o Canad\u00e1
\nPatricia Alves entrou na \u00e1rea de TI em 2022 e, de forma l\u00fadica, j\u00e1 vem estimulando os filhos a seguirem seu caminho.
\nCelso Tavares\/g1
\nMoradora de Itapevi, na Grande S\u00e3o Paulo, Patricia Alves, de 39 anos, nunca esteve t\u00e3o feliz. Ela est\u00e1 de malas prontas para se mudar para o Canad\u00e1 no segundo semestre deste ano, onde ir\u00e1 trabalhar como engenheira de dados.
\nEla chegar\u00e1 ao pa\u00eds prestando servi\u00e7o para a mesma ag\u00eancia de marketing digital em que atua no Brasil (ainda ganhando em real). Mas j\u00e1 tem acertada a migra\u00e7\u00e3o para uma empresa local, onde ir\u00e1 receber mais e em d\u00f3lar. O valor n\u00e3o foi revelado.
\nA profissional relata que j\u00e1 passou por muitas \u00e1reas e, antes de fazer carreira na tecnologia, ela vivia de trabalhos pontuais \u2014 a falta de uma profiss\u00e3o fixa era um inc\u00f4modo interno.
\nO primeiro passo foi dado h\u00e1 cerca de 15 anos ao fazer uma gradua\u00e7\u00e3o em an\u00e1lise em desenvolvimento de sistemas. Mas Patricia decidiu trancar o curso pela falta de oportunidades para mulheres na \u00e1rea.
\nMais para frente, em 2020, ela se matriculou em um curso gratuito de linguagem Python. Foi amor \u00e0 primeira vista: gostou tanto do conte\u00fado que foi al\u00e9m e come\u00e7ou a estudar engenharia de dados na SoulCode, uma edtech parceira do Google e que oferece bolsas de estudo em tecnologia.
\n“Eu tinha muito medo de n\u00e3o entender a l\u00f3gica da programa\u00e7\u00e3o, mas esse primeiro curso de Python quebrou esse bloqueio. Foi muito did\u00e1tico. Hoje, eu estou em dados, mas ainda preciso da programa\u00e7\u00e3o para facilitar o meu trabalho”, relata Patricia, que conseguiu entrar em TI dois anos depois.
\nPatricia se mudar\u00e1 para o Canad\u00e1 com a fam\u00edlia no segundo semestre de 2022.
\nCelso Tavares\/g1
\nM\u00e3e de duas meninas e um menino, ela j\u00e1 vem estimulando os filhos a seguirem na \u00e1rea. “Eu n\u00e3o fico trabalhando de cara fechada porque eu realmente gosto do que fa\u00e7o. Meus filhos acompanham a minha rotina e veem que n\u00e3o \u00e9 um trabalho chato”.
\nA possibilidade de trabalhar o tempo todo de casa \u00e9 um diferencial importante. “Eu n\u00e3o me imagino mais trabalhando presencial”, diz.
\n“Eu tenho uma rotina muita atribulada com tr\u00eas filhos, ent\u00e3o o meu regime de trabalho precisa ser flex\u00edvel o bastante para eu conseguir dar conta de tudo e ainda ter um tempinho para ter vida social”, completa.
\n‘Passei em direito e em publicidade, mas escolhi a programa\u00e7\u00e3o’
\nHercilio \u00e9 programador no Maranh\u00e3o
\nArquivo pessoal
\nO maranhense Hercilio Lopes, de 30 anos, se considera apaixonado por tecnologia desde a adolesc\u00eancia, quando ainda trabalhava na lan house de um tio.
\nAntes de entrar em TI, o jovem teve outras profiss\u00f5es. Ainda passou no vestibular para direito e publicidade ao mesmo tempo. Mas decidiu n\u00e3o cursar nenhuma das duas, j\u00e1 que o amor por TI \u00e9 maior.
\nHercilio atua na \u00e1rea desde os 22 anos e est\u00e1 prestes a se formar em sistemas de informa\u00e7\u00e3o. O interesse pelo mundo dos c\u00f3digos surgiu quando ele trabalhava como auxiliar administrativo em design gr\u00e1fico em uma empresa do ramo de constru\u00e7\u00f5es.
\n“Nessa empresa, eles come\u00e7aram a investir em automa\u00e7\u00e3o residencial e eu consegui aprender um pouco da l\u00f3gica de programa\u00e7\u00e3o, por isso veio o interesse em estudar mais. Antes mesmo de entrar na faculdade, eu j\u00e1 pesquisava algumas coisas relacionadas”, conta.
\nAtualmente, ele trabalha como programador web j\u00fanior na Universidade Estadual do Maranh\u00e3o (UEMA), cuidando das plataformas on-line da institui\u00e7\u00e3o, e consegue tirar pouco mais de R$ 2 mil por m\u00eas.
\nEle trabalha no modelo presencial e gasta cerca de 1h30 para chegar ao trabalho todos os dias. “Apesar do tempo de deslocamento, eu gosto do modelo presencial porque o meu ambiente de trabalho \u00e9 muito bom”, diz.
\nHercilio ainda conta que sua estrat\u00e9gia em buscar ampliar sua rede de contatos na \u00e1rea funcionou: afinal, construiu amizades e conseguiu um bom emprego, lembra o jovem. Para ele, \u00e9 imprescind\u00edvel participar de f\u00f3runs on-line e eventos que possam contribuir no desenvolvimento profissional, ampliando, assim, o networking.
\nEle tamb\u00e9m refor\u00e7a que a profiss\u00e3o \u00e9 desafiadora para qualquer pessoa, isso porque a tecnologia n\u00e3o para de mudar. Ainda assim, o jovem se sente realizado.
\n“Muitos pensam s\u00f3 no sal\u00e1rio, mas \u00e9 bom frisar que o come\u00e7o pode ser frustrante para quem est\u00e1 entrando. A \u00e1rea te desafia o tempo todo, pois tem muita coisa nova surgindo e o ChatGPT \u00e9 um bom exemplo. Programar exige foco, l\u00f3gica e disciplina, mas \u00e9 muito legal”, diz.
\n‘N\u00e3o esperava que a demiss\u00e3o em massa fosse chegar t\u00e3o cedo’
\nKlecianny Melo \u00e9 desenvolvedora j\u00fanior e passou por uma demiss\u00e3o em massa.
\nArquivo pessoal
\nQuando Klecianny Melo, de 27 anos, iniciou a gradua\u00e7\u00e3o em engenharia de alimentos, ela n\u00e3o imaginava que o curso a levaria para outro rumo. A experi\u00eancia com algoritmos em algumas mat\u00e9rias da faculdade fez os olhos da jovem de Garanhuns (PE) brilharem.
\nEla, que tamb\u00e9m \u00e9 saxofonista profissional, largou as duas habilidades para mergulhar de vez na tecnologia.
\nSua primeira oportunidade foi alcan\u00e7ada em setembro de 2022: conseguiu uma bolsa para estudar programa\u00e7\u00e3o e logo foi contratada como desenvolvedora na XP Investimentos. Klecianny, no entanto, n\u00e3o ficou muito tempo, pois foi demitida ap\u00f3s um corte em massa na corretora, em mar\u00e7o deste ano.
\n“Eu j\u00e1 estava acompanhando esse movimento com receio, mas n\u00e3o esperava que o corte fosse chegar t\u00e3o cedo”, relata.
\nA jovem trabalhava a 2.422,5 km da sede da empresa, que fica em S\u00e3o Paulo. Ela estava no modelo home office, em Garanhuns, e morar em uma cidade distante nunca foi um problema, j\u00e1 que o setor enxerga o trabalho remoto com bons olhos.
\n“Me contrataram sem experi\u00eancia e, mesmo no n\u00edvel j\u00fanior, eu j\u00e1 ganhava acima da m\u00e9dia do mercado”, conta. Por quest\u00f5es contratuais, Klecianny preferiu n\u00e3o divulgar os valores.
\nJunto das demiss\u00f5es em massa, a onda de altos sal\u00e1rios tende a mudar este ano, j\u00e1 que a economia global est\u00e1 enfraquecida. Para a consultoria Robert Half, as contrata\u00e7\u00f5es em 2023 estar\u00e3o concentradas em perfis de menor n\u00edvel profissional e com sal\u00e1rios mais baixos.
\nA programadora, que est\u00e1 se candidatando a vagas e participando de algumas entrevistas, diz que n\u00e3o se arrepende da escolha feita, mas reconhece que a cada dia \u00e9 um novo desafio na busca pela recoloca\u00e7\u00e3o.
\n “Agora, \u00e9 mais dif\u00edcil porque eu vou competir com uma galera que saiu de empresas grandes e que tem mais bagagem”, conta.
\n‘O sal\u00e1rio me atende, mas a gente sabe que d\u00e1 para tirar mais’
\nLucas Miranda \u00e9 programador freelancer de uma ag\u00eancia de marketing em Bel\u00e9m (PA).
\nArquivo pessoal
\nA paix\u00e3o por videogames motivou o paraense Lucas Miranda, de 24 anos, a se aventurar pela tecnologia. Conseguiu entrar na \u00e1rea em 2020 gra\u00e7as a uma bolsa para estudar ci\u00eancia da computa\u00e7\u00e3o atrav\u00e9s do Fundo de Financiamento da Educa\u00e7\u00e3o (Fies).
\nAo g1, o jovem diz que n\u00e3o havia trabalhado antes e sua primeira oportunidade profissional foi conquistada enquanto estudava, durante uma feira da universidade, quando teve que desenvolver um site para uma imobili\u00e1ria de Bel\u00e9m (PA).
\nLucas \u00e9 programador freelancer de uma ag\u00eancia de marketing, onde consegue tirar cerca de R$ 2.300 por m\u00eas. Ele faz home office e diz que montou um espa\u00e7o na resid\u00eancia para trabalhar.
\n“Eu trabalho por demanda. O volume \u00e9 muito bom e o sal\u00e1rio me atende bem, mas a gente sabe que d\u00e1 para tirar mais, principalmente se voc\u00ea estiver no Sul ou no Sudeste”, conta.
\n“Eu sou bem feliz trabalhando com isso. O lado bom de TI \u00e9 que ela n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 ‘uma ponta’. Quando voc\u00ea acha que j\u00e1 sabe tudo da \u00e1rea, a\u00ed ela te oferece uma outra possibilidade, como o metaverso. Voc\u00ea sempre tem um desafio novo e eu gosto disso”, diz.
\nNo metaverso, ele diz que j\u00e1 fez exposi\u00e7\u00e3o de moda, um espa\u00e7o de reuni\u00e3o e um evento de Mario Kart.
\n‘Agora, acordo todo dia com vontade de trabalhar’
\nDiego Melo deixou de ser servidor p\u00fablico para atuar como programador.
\nArquivo pessoal
\nDiego Melo conta que flerta com a tecnologia desde os 15 anos, mas a oportunidade de trabalho s\u00f3 veio agora, aos 35 anos. A mudan\u00e7a de profiss\u00e3o ocorreu em 2021 e n\u00e3o foi por quest\u00f5es financeiras. “Eu sempre quis trabalhar com TI e \u00e9 o que eu me via fazendo no futuro”, diz.
\nEle trabalhou por 8 anos como servidor p\u00fablico em Bauru (SP), onde vive at\u00e9 hoje, e completava a renda como freelancer em jornalismo.
\nTrabalhando para o governo estadual, com passagens por USP e Unesp, largar a estabilidade exigiu muita coragem. “N\u00e3o \u00e9 uma tarefa f\u00e1cil, mas tive bastante apoio da fam\u00edlia para tomar essa decis\u00e3o”, afirma.
\n“Por eu ter vindo do servi\u00e7o p\u00fablico estadual, acho que o meu caso \u00e9 bem espec\u00edfico. Hoje, financeiramente, tem compensado. Mas no primeiro ano como programador, a minha renda diminuiu bastante, principalmente porque eu abri m\u00e3o de v\u00e1rios benef\u00edcios que eu recebia como servidor”, conta.
\nA idade avan\u00e7ada tamb\u00e9m era um desafio na busca por oportunidades. “\u00c9 muito mais f\u00e1cil as empresas contratarem um rec\u00e9m-formado de 20 anos do que um cara de 30. \u00c9 um desafio”.
\nHoje, \u00e9 desenvolvedor Full Stack para uma startup de Belo Horizonte (MG), que atua no ramo de gest\u00e3o da experi\u00eancia do cliente. A empresa permite o trabalho remoto e ele v\u00ea essa possibilidade com bons olhos.
\n“Hoje, eu consigo acordar todo dia com vontade de trabalhar. Desde 2014 que eu venho falando que vou mudar para programa\u00e7\u00e3o, mas s\u00f3 tive coragem, mesmo, em 2021”, conta.
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