{"id":676,"date":"2023-05-24T07:35:10","date_gmt":"2023-05-24T10:35:10","guid":{"rendered":"http:\/\/spbaurumarilia.jornalfloripa.com.br\/arquivos\/676"},"modified":"2023-05-24T07:35:10","modified_gmt":"2023-05-24T10:35:10","slug":"organizacao-que-fez-buscas-por-brasileira-em-paris-ja-ajudou-em-outros-casos-de-mulheres-desaparecidas-na-franca","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/spbaurumarilia.jornalfloripa.com.br\/arquivos\/676","title":{"rendered":"Organiza\u00e7\u00e3o que fez buscas por brasileira em Paris j\u00e1 ajudou em outros casos de mulheres desaparecidas na Fran\u00e7a"},"content":{"rendered":"


Associa\u00e7\u00e3o Mulheres na Resist\u00eancia de Paris \u00e9 presidida por brasileira e tem oferecido ajuda e acolhimento a dezenas de mulheres v\u00edtimas de viol\u00eancia na capital francesa. Fernanda Santos de Oliveira, de 44 anos, foi encontrada na cidade ap\u00f3s mais de 15 dias desaparecida. Organiza\u00e7\u00e3o que fez buscas por brasileira em Paris j\u00e1 ajudou em outros desaparecimentos de mulheres na Fran\u00e7a
\nAssocia\u00e7\u00e3o Mulheres na Resist\u00eancia de Paris\/Divulga\u00e7\u00e3o
\nA organiza\u00e7\u00e3o que fez buscas pela brasileira encontrada ap\u00f3s mais de 15 dias desaparecida em Paris tem ajudado, desde 2017, na solu\u00e7\u00e3o de outros desaparecimentos de mulheres na Fran\u00e7a.
\nAo g1, Nellma Barreto, presidente da Associa\u00e7\u00e3o Mulheres na Resist\u00eancia de Paris, conta que a entidade j\u00e1 colaborou em dezenas de casos de desaparecimentos no pa\u00eds europeu – ao menos seis deles -, inclusive, de outras brasileiras.
\nNos \u00faltimos dias, o grupo fez buscas por toda a capital francesa atr\u00e1s do paradeiro da botucatuense Fernanda Santos de Oliveira, de 44 anos. A mulher estava desaparecida desde 6 de maio e foi localizada na segunda-feira (22), com ferimentos nos p\u00e9s e nos punhos e sem se lembrar do que aconteceu.
\n\u201cO caso de Fernanda n\u00e3o \u00e9 o primeiro que acompanhamos. Recebemos muitos pedidos de ajuda. N\u00f3s acompanhamos mulheres em v\u00e1rias situa\u00e7\u00f5es. O grupo foi criado e \u00e9 voltado totalmente para mulheres e m\u00e3es solos\u201d, diz Nellma.
\nArte divulgada pela associa\u00e7\u00e3o nas redes sociais informando que brasileira foi encontrada em Paris, na Fran\u00e7a
\nAssocia\u00e7\u00e3o Mulheres na Resist\u00eancia de Paris\/Divulga\u00e7\u00e3o
\nA volunt\u00e1ria, que \u00e9 natural da Bahia, trabalha como mediadora social em associa\u00e7\u00f5es p\u00fablicas e privadas de combate \u00e0 viol\u00eancia dom\u00e9stica na capital francesa h\u00e1 sete anos. Ela fundou a organiza\u00e7\u00e3o em 2017, depois de um ano atuando nesses locais.
\n\u201cNesse tempo, eu senti a aus\u00eancia de mulheres lus\u00f3fonas entre as v\u00edtimas que iam a essas associa\u00e7\u00f5es. Elas n\u00e3o chegavam at\u00e9 l\u00e1 para pedir ajuda\u201d, conta.
\nDesde ent\u00e3o, com a ajuda de mulheres de movimentos sociopol\u00edticos franceses, Nellma t\u00eam atendido in\u00fameros pedidos de socorro. Hoje, a cada dez solicita\u00e7\u00f5es que a associa\u00e7\u00e3o recebe, oito s\u00e3o de brasileiras.
\nGrupo fez mutir\u00f5es com distribui\u00e7\u00e3o de cartazes sobre desparecimento de brasileira em Paris, na Fran\u00e7a
\nArquivo Pessoal
\nA entidade foi alertada sobre o desaparecimento de Fernanda no dia 11 de maio, seis dias depois do registro do caso, ap\u00f3s ter sido avisada pela fam\u00edlia da brasileira, e fez um boletim de ocorr\u00eancia na pol\u00edcia francesa.
\nNos dias 13 e 18 de maio, elas fizeram mutir\u00f5es para procurar a mulher com a distribui\u00e7\u00e3o de cartazes com fotos dela nos principais pontos da capital, como esta\u00e7\u00f5es e parques.
\nA localiza\u00e7\u00e3o de Fernanda foi muito celebrada pelas mulheres da ONG, segundo Nellma. \u201cN\u00f3s estamos muito aliviados, comemorando esse encontro. Nem todos os dias temos a sorte de encontrar os nossos vivos.”
\nA brasileira passou por exames no Unit\u00e9 M\u00e9dico-Judiciaire do Hospital H\u00f4tel-Dieu e na Enfermaria Psiqui\u00e1trica da Prefeitura de Pol\u00edcia, e deve ser transferida para o Centro Hospitalar Sainte-Anne, que \u00e9 especializado em psiquiatria.
\nA irm\u00e3 mais velha de Fernanda, Maria Aparecida de Oliveira, de 52 anos, que vive em Botucatu, no interior de SP, disse que conversou com a mulher por chamada de v\u00eddeo assim que ela foi socorrida. Uma prima da brasileira deve ir \u00e0 Paris nos pr\u00f3ximos dias para acompanhar a situa\u00e7\u00e3o de perto. A fam\u00edlia avalia a possibilidade de trazer Fernanda de volta ao Brasil, j\u00e1 que a situa\u00e7\u00e3o dela no pa\u00eds ainda \u00e9 irregular.
\nFernanda Santos de Oliveira, de Botucatu (SP), ficou mais de 15 dias desaparecida em Paris, na Fran\u00e7a
\nArquivo Pessoal
\nRede de acolhimento
\nA Mulheres na Resist\u00eancia de Paris conta com cerca de 15 volunt\u00e1rias. Al\u00e9m dos desaparecimentos, elas prestam ajuda a mulheres v\u00edtimas de viol\u00eancia dom\u00e9stica, explora\u00e7\u00e3o de trabalho e em situa\u00e7\u00e3o de vulnerabilidade.
\n\u201cA gente acolhe, orienta e acompanha essas mulheres em qualquer situa\u00e7\u00e3o, desde ir at\u00e9 a delegacia para registrar boletim de ocorr\u00eancia, at\u00e9 ajudar na tradu\u00e7\u00e3o com advogados ou com m\u00e9dicos\u201d, diz Nellma.
\nO n\u00famero de atendimentos explodiu ap\u00f3s o in\u00edcio da pandemia, segundo Nellma. \u201cEntre 2020 e 2021, atendemos mais de 200 mulheres por ano\u201d, conta. Atualmente, o grupo acompanha cerca de 20 v\u00edtimas.
\nA associa\u00e7\u00e3o tamb\u00e9m coordena um projeto de inser\u00e7\u00e3o social voltado a mulheres que foram levadas \u00e0 prostitui\u00e7\u00e3o em Paris e oferece um curso online de franc\u00eas para atendidas que exercem subempregos.
\n\u201cTamb\u00e9m temos parcerias com \u00f3rg\u00e3os p\u00fablicos franceses para ajud\u00e1-las a resolver quest\u00f5es como refei\u00e7\u00e3o, transporte e matr\u00edcula escolar, por exemplo. O objetivo \u00e9 que o atendimento seja intensivo, r\u00e1pido, para que a mulher consiga ter autonomia sobre a pr\u00f3pria vida\u201d, explica.
\nO caso
\nBrasileira desaparecida em Paris \u00e9 encontrada
\nO desaparecimento de Fernanda foi registrado no dia 6 de maio, quando ela saiu do apartamento em que morava, sem documentos e celular, levando apenas uma bolsa de m\u00e3o, um patinete el\u00e9trico e o passaporte. A pol\u00edcia francesa registrou dois boletins de ocorr\u00eancia.
\nFernanda foi encontrada pela pol\u00edcia francesa na manh\u00e3 de 22 de maio no pr\u00f3prio apartamento, em Boulogne-Billancourt, regi\u00e3o do sub\u00farbio de Paris, onde morava h\u00e1 pouco mais de um ano. Segundo a irm\u00e3 dela, a pol\u00edcia foi acionada por vizinhos que viram a brasileira chegar em casa.
\nDe acordo com Nellma, Fernanda foi encontrada com machucados nos p\u00e9s e nos punhos e disse ter sido fechada em uma casa abandonada. Al\u00e9m disso, o cart\u00e3o banc\u00e1rio dela chegou a ser utilizado duas vezes enquanto ela foi dada como desaparecida, uma na \u00faltima ter\u00e7a-feira (16), e outra no s\u00e1bado (20). A mulher, no entanto, n\u00e3o se recorda do que aconteceu.
\nCaso de desaparecimento de brasileira em Paris foi comunicado ao consulado do pa\u00eds na capital francesa
\nArquivo Pessoal
\nAinda segundo Nellma, a botucatuense diz que se perdeu ao sair para trabalhar. Ela ainda afirma que recebeu um papel com o endere\u00e7o da pr\u00f3pria casa antes de retornar ao apartamento, mas n\u00e3o se lembra de quem teria dado o bilhete a ela.
\nDepois de localizada, Fernanda passou por exames de corpo de delito para verificar se ela sofreu algum tipo de viol\u00eancia ou fez uso de entorpecentes. Ela deve ser internada no Centro Hospitalar Sainte-Anne pelos pr\u00f3ximos dias, segundo Nellma.
\nO g1 consultou o Consulado-Geral do Brasil em Paris, que disse, em nota, que “permanece em contato com as autoridades francesas envolvidas, de forma a transmitir \u00e0 fam\u00edlia todas as informa\u00e7\u00f5es dispon\u00edveis”.
\nO \u00f3rg\u00e3o tamb\u00e9m informou que tem atuado para “prover a assist\u00eancia poss\u00edvel \u00e0 senhora Fernanda de Oliveira, nos limites de atua\u00e7\u00e3o permitidos pela legisla\u00e7\u00e3o francesa e pelos acordos internacionais pertinentes assinados por Brasil e Fran\u00e7a”.
\nDesaparecimento de brasileira h\u00e1 mais de dez dias na Fran\u00e7a mobiliza grupo de mulheres com buscas
\nMotivos do desaparecimento
\nMulheres da ONG que ajudava nas buscas por Fernanda disseram que ela poderia estar sofrendo ass\u00e9dio sexual em um dos trabalhos e isso pode ter motivado o desaparecimento. A brasileira trabalhava em um restaurante de culin\u00e1ria portuguesa e mantinha ainda dois bicos como faxineira na capital francesa.
\nNo dia do desaparecimento, em 6 de maio, a brasileira teve um surto. Os bombeiros chegaram a ser acionados, mas ela disse para os agentes que se sentia bem e que n\u00e3o tinha problemas.
\n“Pode ter sido um surto, em que ela saiu andando, vagando pelas ruas, como tamb\u00e9m ela pode ter ficado em c\u00e1rcere privado at\u00e9 esse momento onde, segundo ela, foi entregue um papel com endere\u00e7o e ela conseguiu chegar at\u00e9 em casa”, diz Nellma.
\nNo dia 17 de maio, um comunicado da pol\u00edcia parisiense revelou que Fernanda teria sido vista nos dias 8 e 9 de maio em Melun, no departamento Sena e Marne. “Ela estava sob posse de um passaporte e um passe de transporte”, disse a pol\u00edcia, que ainda incluiu tr\u00eas fotos da mulher no apelo.
\nPol\u00edcia de Paris emitiu um comunicado para que testemunhas forne\u00e7am informa\u00e7\u00f5es sobre brasileira desaparecida
\nPol\u00edcia de Paris\/Divulga\u00e7\u00e3o
\nO g1 questionou o Consulado Brasileiro em Paris sobre atualiza\u00e7\u00f5es das investiga\u00e7\u00f5es da pol\u00edcia francesa, mas n\u00e3o obteve retorno at\u00e9 a publica\u00e7\u00e3o desta reportagem.
\nSonho de morar no exterior
\nSegundo a irm\u00e3, Fernanda sempre falou em trabalhar na sua \u00e1rea de forma\u00e7\u00e3o fora do pa\u00eds, j\u00e1 que em Botucatu, onde morava antes de ir para a Europa, teve poucas oportunidades. Ela \u00e9 formada como t\u00e9cnica de enfermagem e tinha curso de radiologia.
\n“A Fernanda trabalhou por mais de dez anos em uma ind\u00fastria de Botucatu e, quando saiu, passou a fazer bicos como cuidadora, de motorista para idosos que precisavam ser levados a consultas m\u00e9dicas. E sempre foi muito estudiosa, sonhadora e esfor\u00e7ada”, detalha a irm\u00e3 Maria Aparecida.
\nFernanda Santos de Oliveira, natural de Botucatu (SP), foi encontrada em Paris, na Fran\u00e7a, ap\u00f3s mais de 15 dias desaparecida
\nArquivo Pessoal
\nDesde que chegou na Fran\u00e7a, em abril de 2022, Fernanda j\u00e1 conseguiu conhecer Amsterd\u00e3, na Holanda, e Ibiza, na Espanha. “Ela sempre me disse que queria viajar, conhecer o mundo”, afirma a irm\u00e3.
\nAntes de ir para a Fran\u00e7a, onde uma prima j\u00e1 vivia, Fernanda tentou o visto para os Estados Unidos, mas n\u00e3o teve sucesso. “Antes de ir para a Europa, ela nunca havia sa\u00eddo do Brasil”, revela Maria.
\nA irm\u00e3 conta tamb\u00e9m que Fernanda sempre foi muito apegada aos familiares e tem um filho de 23 anos, que lhe deu um casal de netos, uma menina com tr\u00eas anos e um menino de 11 meses. “O menor ela s\u00f3 conheceu por fotos e v\u00eddeos, todo domingo ela falava com eles por v\u00eddeo.”
\nVeja mais not\u00edcias da regi\u00e3o no g1 Bauru e Mar\u00edlia
\nV\u00cdDEOS: Assista \u00e0s reportagens da TV TEM<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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