Evento realizado neste domingo (26) homenageou Luana Leon, que morreu no fim de 2024. Marcha em prol dos direitos das pessoas transexuais e travestis é a primeira a ser realizada na cidade. Luana Leon é homenageada na Primeira Marcha Trans de Bauru
Gabriela Milanezi/TV TEM
Em 2017, Bauru (SP) tornou-se a primeira cidade brasileira a ter uma lei que regulamentou a emissão de um documento com o nome social. Luana Leon Precidone recebeu a certidão de número 001. Anos depois, ela foi homenageada durante a 1ª Marcha Trans do município.
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Luana morreu no fim de 2024. A 1ª Marcha Trans aconteceu na tarde deste domingo (26), saindo da Praça da Paz e indo até o Parque Vitória Régia.
Pelas redes sociais, a organização do evento declarou que “a 1º Marcha Trans de Bauru homenageia Luana Leon, uma travesti negra e matriarca da nossa população trans e travesti na cidade, que muito fez e tentou pelos nossos direitos. Sua memória e legado nos inspiram a continuar lutando por justiça e igualdade”.
O CADS de Bauru, em conjunto com a Associação de Mulheridades, Transexuais e Travestis (AMTT), promove a 1ª Semana da Visibilidade Trans no município, com ações e palestra que começaram na quinta-feira (23) e vão até 1º de fevereiro.
Ainda segundo a organização, o tema da marcha foi “Eu me organizando posso desorganizar em prol de direitos, dignidade e respeito”, com objetivo de reforçar a luta pelos direitos, dignidade, segurança e de que as demandas da comunidade sejam atendidas.
Despreparo dos órgãos públicos
Luana foi pioneira na luta pelos direitos das pessoas transexuais no município, mas mesmo após ter seu documento com nome social aos 57 anos, o sentimento de inquietação continuou. Em entrevista ao g1 em 2023, ela contou que imaginava ser o fim de uma angústia que a acompanhava havia anos, porém, a felicidade de ter um documento com seu verdadeiro nome virou um descaso por conta da falta de preparo dos órgãos públicos.
“Só posso dizer que a ansiedade por algo que nos daria um pouco de liberdade e respeito acabou na primeira tentativa de usar. Esqueceram de preparar os órgãos públicos como deveriam”, relatou Luana na época.
Ela contou ainda que há mais de 30 anos se encontrou como Luana, e desde então atuou de forma ativa na luta pelos direitos da comunidade LGBTQIA+ em Bauru.
Luana participou de duas gestões do Conselho de Atenção à Diversidade Sexual (CADS). Em uma das gestões, que estava como vice presidente, levou para a Prefeitura Municipal uma proposta de implantar a Carteira de Nome Social, ação que gerou frutos em 2017, quando ela e mais dez pessoas receberam a sua carteira.
Dia Nacional da Visibilidade Trans
29 de janeiro é considerado o Dia Nacional da Visibilidade Trans. O objetivo da data é lembrar a luta e resistência, promover reflexões, conscientização e debates sobre os direitos da comunidade trans e travesti no Brasil.
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