Criança de seis anos é diagnosticada com dengue tipo 3 em Marília


Segundo a prefeitura, a criança deu entrada no hospital na quarta-feira (19), recebeu alta e segue em acompanhamento médico. Marília confirma circulação da dengue tipo 3 com primeiro caso sendo em criança de 6 anos
Uma criança de seis anos foi diagnosticada com dengue sorotipo 3 em Marília (SP). O sorotipo é considerado por autoridades da saúde como o que oferece maior risco de evoluir para formas graves da doença.
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Segundo a prefeitura, a criança deu entrada no hospital na quarta-feira (19), recebeu alta e segue em acompanhamento médico.
A prefeitura de Marília intensificou as ações de vigilância, fiscalização e monitoramento devido ao novo cenário, mas não detalhou medidas específicas a serem adotadas.
A situação gerou preocupação, pois a cidade já registrou mais de 4.250 casos de dengue neste ano, sendo o município com mais casos em toda a região.
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Além do aumento nos casos, a médica infectologista Luciana Sgarbi alerta que o retorno do sorotipo 3 da dengue é ainda mais sério para quem já foi exposto ao sorotipo 1, aumentando as chances de evolução para casos agudos e graves da doença
“É mais preocupante porque toda vez que a gente tem entrada de um sorotipo diferente em um período, você aumenta a gravidade dos casos subsequentes. Não que o sorotipo seja mais grave, mas é a evolução de um segundo depois de um primeiro.”
Ela ressaltou que qualquer suspeita de dengue deve ser acompanhada por um profissional de saúde, especialmente para aqueles que já tiveram a doença anteriormente.
A vigilância, segundo a médica, deve ser redobrada, pois a evolução dos sintomas pode ser silenciosa, tornando o acompanhamento essencial.
Segundo o Governo Federal, o sorotipo 3 (DENV-3) é considerado um dos sorotipos mais virulentos do vírus da dengue, o que significa que ele tem maior potencial de causar formas graves da doença.
“Estudos indicam que, após a segunda infecção por qualquer sorotipo, há uma predisposição para quadros mais graves, independentemente da sequência dos sorotipos envolvidos. No entanto, os sorotipos 2 e 3 são frequentemente associados a manifestações mais severas”, informou o Ministério da Saúde.
A introdução de um novo sorotipo em uma população previamente exposta a outros tipos pode levar a epidemias significativas.
Veja a quantidade de caso na região
Marília: mais de 4.250 casos;
Bauru: com 3.441 casos;
Assis: com 2.450 casos;
Ibitinga: com mais de 2.300;
Cândido Mota: com 1.669 casos.
Luciana Sgarbi explicou que no caso de reinfecção, o risco de agravamento é grande
TV TEM / Reprodução
1. Quais são os tipos de dengue? Por que o aumento do DENV-3?
O vírus da dengue é transmitido pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti e possui quatro sorotipos diferentes: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4 — todos podem causar as diferentes formas da doença.
Ou seja, uma pessoa pode ter dengue até quatro vezes ao longo de sua vida. Isso ocorre porque ela pode ser infectada com os quatro diferentes sorotipos do vírus. No Brasil, são endêmicos os sorotipos 1 e 2, mas em 2024 os quatro tipos do vírus foram identificados no país.
E uma vez exposta a um determinado sorotipo, após a remissão da doença, uma pessoa passa a ter imunidade para aquele sorotipo específico.
E como desde 2008 o DENV-3 não circulava de forma predominante no país, autoridades e especialistas alertam para o fato de que uma grande parcela da população está suscetível a novas infecções, o que torna o atual aumento de casos ainda mais alarmante.
Além disso, como o DENV-1 e o DENV-2 continuam a circular ao mesmo tempo, a chance de infecções múltiplas (por mais de um sorotipo) também aumenta, o que eleva o risco de complicações graves. Entenda os impactos aqui.
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