Pesquisa do Procon aponta diferença de até 600% em preços de remédios na região centro-oeste paulista


Em Bauru (SP), mesmo remédio pode custar até sete vezes mais dependendo da farmácia; Marília e Ourinhos também têm grandes variações nos valores. Procon dá dicas para pesquisar e economizar. Pesquisa do Procon aponta diferença de até 600% em preços de remédios no centro-oeste de SP
Claudio Fachel/Palácio Piratini
Uma pesquisa do Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-SP) feita em junho revelou diferenças de até 600% nos preços de remédios vendidos nas farmácias de Bauru, Marília e Ourinhos, no centro-oeste paulista.
O levantamento, feito anualmente pelo instituto, comparou valores oferecidos em estabelecimentos escolhidos de maneira aleatória nos três municípios. Ao todo, foram pesquisados preços de 52 medicamentos, dos quais 26 genéricos e 26 de referência.
A maior diferença foi registrada em Bauru, com variação de 600% nos preços de um medicamento genérico usado no tratamento do diabetes. Neste caso, o mesmo remédio pode custar até sete vezes mais dependendo da farmácia. (Veja os números das três cidades abaixo.)
A pesquisa ainda apontou que os medicamentos genéricos são mais baratos que os de referência nas farmácias dos três municípios. Em Bauru e Marília, os preços entre os dois tipos variam 56,11%. Já em Ourinhos a diferença entre os valores é de 55,38%.
Segundo o Procon, não há ilegalidade na diferença dos preços dos remédios, embora, em alguns casos, a variação seja gritante.
O objetivo do estudo, de acordo com o instituto, é oferecer valores de referência para os consumidores paulistas e reforçar a importância de se pesquisar os preços em vários estabelecimentos antes de comprar.
Procon encontra diferença de até 457% em medicamentos em Marília
Bauru
Nas oito farmácias consultadas pela pesquisa em Bauru, a maior diferença de preço encontrada entre remédios de referência foi da Amoxicilina, com uma variação de 94%, entre R$ 31,56 e R$ 61,39.
O produto é usado no tratamento de doenças como pneumonia, bronquite, amigdalite e sinusite, além de infecções no trato urinário e genital, na pele e nas mucosas.
Já entre os genéricos, a maior variação foi da Glibenclamida, que teve mudança de 600% entre os valores encontrados nos estabelecimentos. Na cidade, o produto foi encontrado com preços de R$ 1,94 a R$ 13,58, uma variação de R$ 11,64.
Marília
A pesquisa na cidade envolveu seis farmácias. A maior diferença de preço entre remédios de referência foi da Amoxicilina, com variação de 140%. O menor preço encontrado do medicamento foi de R$ 27,90, enquanto o maior foi de R$ 61,17, uma diferença de R$ 33,27.
Entre os remédios genéricos, a maior diferença foi da Simeticona: 457%. O medicamento, usado no combate ao excesso de gases, foi encontrado a R$ 3, no menor valor, e a R$ 16,73, no maior, em uma diferença de R$ 13,73.
Ourinhos
Assim como em Bauru e Marília, o remédio de referência com maior variação no valor também foi a Amoxicilina. Nas oitos farmácias consultadas pelo Procon na cidade, os preços do produto variaram de R$ 35,60 a R$ 67,17, uma diferença de R$ 31,67 ou 88%.
Já entre os genéricos, o destaque ficou com Loratadina, usado no tratamento de alergias, com variação de 288% nos preços, entre R$ 4,99 e R$ 19,37 – diferença de R$ 14,38.
Como pesquisar?
Antes de adquirir os medicamentos, o Procon orienta que os consumidores consultem a lista de Preços Máximos (PMC) no site da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
As farmácias e drogarias, assim como laboratórios, distribuidores e importadores, não podem cobrar pelos remédios acima do que é permitido pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), responsável pela lista de preços máximos.
Caso o consumidor perceba que o preço de um medicamento em um estabelecimento está acima do que é permitido, ele pode encaminhar uma denúncia à CMED por meio do site da Anvisa.
De acordo com o Procon, depois de consultar a PMC, os consumidores devem pesquisar pelo melhor preço no mercado. O instituto dá dicas para isso:
Observe se o número do lote, prazo de validade e data de fabricação que constam na caixa do medicamento são iguais aos marcados nas cartelas ou frascos;
Todo medicamento deve possuir o número de registro no Ministério da Saúde;
Alguns medicamentos podem ser adquiridos por meio de programas sociais que são oferecidos por governos, de forma gratuita ou com grandes descontos. Verifique se o medicamento que necessita se enquadra em algum desses programas;
Observe se o estabelecimento trabalha com descontos provenientes de planos/seguros saúde;
Verifique se existe algum programa de fidelidade proveniente do laboratório e/ou drogaria.
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