Justiça marca júri popular de ex-PM suspeito de executar foragido da Justiça em Ourinhos


Justiça marcou o julgamento do ex-subtenente Alexandre David Zanete pelo crime de homicídio qualificado; ele e um cabo que participou da ação flagrada por câmera de segurança foram expulsos da corporação. Câmera de segurança registra PMs executando foragido da Justiça em Ourinhos
A Justiça marcou a data do julgamento do ex-subtenente da Polícia Militar Alexandre David Zanete, acusado de envolvimento na execução de um homem em setembro de 2021, em Ourinhos (SP). A decisão foi publicada nesta quinta-feira (6) pela 1ª Vara Criminal da cidade.
De acordo com o despacho, o réu Alexandre David Zanete será julgado em Tribunal do Júri no dia 30 de novembro de 2023, às 13h, na Fórum de Ourinhos. Além do ex-policial, três testemunhas de acusação, duas testemunhas de defesa, além de outras duas pessoas foram intimadas a participar da sessão.
A decisão de pronunciar o réu, ou seja, determinar que o julgamento aconteça em uma sessão do Tribunal do Júri, foi tomada pela juíza Renata Ferreira dos Santos Carvalho, que considerou “admissível a denúncia” de homicídio qualificado (por motivo torpe e com recurso que dificultou a defesa da vítima).
Alexandre David Zanete e o então cabo João Paulo Herrara, que também participou do crime, foram expulsos da corporação em determinação divulgada no Diário Oficial do Estado em maio de 2022.
Os dois foram flagrados por uma câmera de segurança durante uma abordagem a Murilo Henrique Junqueira, então procurado pela Justiça. As imagens registraram quando os dois policiais viram a vítima em um matagal. Murilo se entregou com as mãos para cima, sem esboçar qualquer resistência. Mesmo assim, foi morto a tiros por Alexandre. (Veja no vídeo acima)
Em seguida, os dois policiais fizeram disparos para o alto, provavelmente para simular um tiroteio. A dupla chegou a ser presa durante a fase de inquérito, mas acabou solta por decisões judiciais.
Apenas Alexandre acabou denunciado pelo Ministério Público por homicídio qualificado. Em março, promotoria e defesa apresentaram suas alegações finais. O MP não apontou o cabo como investigado por homicídio, apesar de eventual responsabilidade por fraude processual, suspeito de alterar a cena do crime.
Justiça marca julgamento do ex-PM flagrado executando homem desarmado em Ourinhos
Prisão revogada
Em março de 2022, a Justiça determinou a revogação da prisão preventiva de Alexandre David Zanete. A decisão justifica a concessão da liberdade provisória por conta da instrução processual já estar encerrada e pelo fato de Zanete ser primário e portador de bons antecedentes criminais.
A Justiça também determinou ao policial algumas condições durante o período de liberdade provisória, como obrigação de comparecimento mensal em juízo, proibição de manter contato com todas as pessoas ouvidas como testemunhas, e a determinação de que ele não pode se ausentar da comarca de Ourinhos sem autorização judicial.
O outro policial envolvido no crime, que também estava preso, teve a liberdade concedida pela Justiça, que entendeu não ser mais necessário mantê-lo em reclusão.
Foragido da Justiça foi executado por PMs em Ourinhos
Reprodução/Câmera de segurança
Flagrante do crime
Imagens obtidas pela TV TEM mostraram o momento em que os dois policiais militares executaram o foragido da Justiça por tentativa de homicídio. No vídeo, é possível ver o momento em que Murilo está próximo de uma casa com as mãos na cabeça.
Foragido é morto pela PM em Ourinhos
Ele anda um pouco, quando é baleado com o primeiro tiro efetuado por um dos policiais e cai no chão. Na sequência, o PM efetua o segundo disparo.
Ainda na imagem é possível ver quando o policial se aproxima do homem, abaixa e efetua o terceiro disparo. O jovem fica agonizando no chão enquanto o outro policial dá um tiro para o alto.
Policial militar atirou para o alto após colega alvejar foragido da Justiça em Ourinhos
Reprodução/Câmera de segurança
Uma arma foi apresentada na ocorrência pelos policiais, que teria sido usada pelo foragido antes das cenas gravadas pela câmera de monitoramento de uma casa.
No plantão, os PMs disseram que agiram em legítima defesa, reagindo a uma ação do criminoso. Mas a análise do vídeo feita pela Polícia Civil apontou que não houve confronto.
Homem morto era foragido da Justiça por homicídio cometido no estado do Paraná
Reprodução/Câmera de segurança
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