Patrícia Ana Dias Monteiro foi a candidata mais votada na eleição, com 566 votos, e seguirá para seu terceiro mandato, caso processo seja arquivado. Vídeo mostra líder religioso pedindo aos fiéis que se dirijam até uma seção de votação e optem pela candidata. Pastor é suspeito de boca de urna ao pedir voto para candidata ao Conselho Tutelar
O Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA) de Bauru (SP) reabriu, nesta quinta-feira (14), o processo de cassação da candidatura da conselheira tutelar reeleita, Patrícia Ana Dias Monteiro, por abuso de poder religioso. Ela havia tido a candidatura cassada no dia 8 de dezembro.
A mudança na decisão ocorreu depois que a maioria dos membros do conselho julgou parcialmente procedente o recurso movido pela defesa. Com isso, os conselheiros decidiram reabrir o prazo para produção de novas provas, já que, segundo eles, durante o processo administrativo, Patrícia só teve prazo para se manifestar.
Ela sofreu processo administrativo depois de ser denunciada por boca de urna. Um vídeo, divulgado na internet, mostra um pastor pedindo votos à candidata durante um culto em uma igreja evangélica no dia da eleição do conselho. (Assista acima).
Com a reabertura do processo de cassação da candidatura, a defesa de Patrícia tem dois dias úteis para apresentar as novas provas.
Se a manifestação for desfavorável à candidata, ela permanecerá em suas funções no Conselho Tutelar até um dia antes da posse dos novos conselheiros, em 10 de janeiro de 2024. A vaga aberta, então, seria assumida pelo 11º colocado, Leandro Soares de Souza.
Em nota, a defesa afirmou que a decisão do CDCMA quanto ao recurso deixa clara “a confissão da existência de diversas irregularidades insanáveis, que inevitavelmente tem o efeito da anular todo o processo administrativo”.
Ainda no comunicado, ela afirma que o processo “foi realizado de forma parcial, sem o compromisso ao contraditório e ampla defesa” e que teve como objetivo “impugnar a candidatura da conselheira, em nítida perseguição religiosa”.
Boca de urna
As acusações contra Patrícia vieram a partir da divulgação de um vídeo gravado durante um culto religioso, em que é possível ouvir um apelo do pastor para que os fiéis presentes votassem na conselheira.
Patrícia foi a candidata mais votada na eleição, com 566 votos, e seguiria para seu terceiro mandato. (Veja o resultado das eleições em Bauru).
No vídeo que viralizou nas redes sociais, e serviu de base para a denúncia, é possível ver o momento em que o líder religioso pede aos fiéis que se dirijam até uma seção de votação e optem pela candidata “Patrícia”. O pastor da Igreja Universal do Reino de Deus chega, inclusive, a informar o número dela para os presentes no local.
“Saindo daqui, dá tempo […] As eleições encerram às 17h da tarde, você deve ir lá e dar o seu voto. Nós temos uma cooperadora, que é a Patrícia. O número dela é 13, dá um voto para ela. Ela é conselheira já aqui em Bauru e tá lutando pela reeleição”, diz.
Em nota, a Igreja Universal do Reino de Deus pontuou que orienta todos os seus fiéis e pastores a seguirem as regras eleitorais. O pastor que fala no vídeo não teve sua identidade divulgada.
Eleição do Conselho Tutelar foi realizada no dia 12 de novembro em Bauru
Adriano Baracho / TV TEM
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