Parlamentar Estela Almagro (PT) denunciou mudança no plano de fundo da máquina usada na Câmara Municipal, mas investigação concluiu que alteração partiu do próprio dispositivo. Em outra ação, vereadora foi citada por hacker, que afirma ter sido contratado para invadir redes sociais de políticos da cidade. A foto de um homem aparecia como ‘papel de parede’, na área de trabalho do computador de vereadora de Bauru.
Polícia Civil/Divulgação
A Polícia Civil concluiu que não houve invasão ao computador da vereadora de Bauru (SP) Estela Almagro (PT). O resultado do laudo pericial foi divulgado nesta terça-feira (16).
Em outubro do ano passado, a vereadora registrou um boletim de ocorrência por uma suposta invasão ao computador que ela usa no gabinete da Câmara Municipal, após o plano de fundo da máquina ter sido trocado. Um inquérito policial foi instaurado para investigar a suposta invasão.
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Na ocasião, segundo a parlamentar, ao ligar o computador, a foto de um homem aparecia como papel de parede, na área de trabalho. A imagem em questão era de Walmir Henrique Vitorelli Braga, cunhado da prefeita de Bauru, Suéllen Rosim (PSD), e suspeito de contratar um hacker para monitorar adversários políticos.
Perícia irá apurar invasão a computador de vereadora de Bauru, Estela Almagro (PT)
Luiz Gustavo de Oliveira/Reprodução
À época, peritos estiveram no gabinete da vereadora e levaram o computador para análise. O relatório final da Polícia Civil concluiu que o plano de fundo do computador foi alterado no próprio dispositivo, descartando que o equipamento tenha sido alvo de usuários remotos.
O relatório foi elaborado nesta segunda-feira (15) e é assinado pela delegada Priscila Alferes.
Hacker contratado?
O hacker Patrick César da Silva Brito é investigado por supostamente ter invadido redes sociais de políticos de Bauru.
Em depoimento à Câmara de Vereadores de Bauru, o hacker confirmou ter invadido as redes sociais da Vereadora Estela Almagro (PT) e do jornalista Nelson Itaberá, a mando de Walmir Braga, ex-assessor do deputado estadual Paulo Corrêa Júnior (PSD) e cunhado da prefeita de Bauru, Suéllen Rosim (PSD).
Hacker confirma invasão de redes sociais de vereadora a mando de cunhado da prefeita
A declaração foi feita durante uma sessão da Comissão Temporária (CT) aberta no legislativo para investigar o caso.
“ O Walmir entrou em contato comigo explicou que era cunhado da Prefeitura de Bauru e que tinha mostrado o material que eu tinha enviado para ele por e-mail para a prefeita e que ela tinha gostado muito. E ele pediu para que eu hackeasse a Estela.”, disse Patrick durante o depoimento.
Ele confirmou que derrubou as redes sociais da parlamentar e que chegou a especular com Walmir sobre fazer o mesmo com outros vereadores e até com o vice-prefeito Orlando Costas Dias, mas que não prosseguiu com a invasão.
Walmir é assessor do deputado estadual Paulo Corrêa Júnior (PSD) e cunhado da prefeita de Bauru, Suéllen Rosim (PSD)
Arquivo Pessoal
Em nota, a Prefeita de Bauru Suéllen Rosim disse desconhecer o homem que estava preso e que jamais manteve contato com ele. A chefe do Executivo disse ser absurdo tentar vincular seu nome a essa situação aparentemente arquitetada pela oposição e que tomará todas as medidas judiciais cabíveis.
Entenda o caso
A Comissão de Fiscalização e Justiça da Câmara de Vereadores de Bauru (SP) protocolou em outubro de 2023 um pedido de apuração da conduta do assessor parlamentar Walmir Braga.
Walmir é ex-assessor do deputado estadual Paulo Corrêa Júnior e cunhado da prefeita de Bauru, Suéllen Rosim. Segundo o documento enviado à Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), em 2021, ele teria contratado Patrick para invadir as redes sociais de políticos e adversários.
Hacker Patrick César da Silva Brito, de Araçatuba (SP), foi preso na Sérvia
Reprodução
O hacker estava preso na Sérvia após ter sido detido pela Interpol, mas foi solto no fim do ano passado. Patrick passou a ser investigado depois que o e-mail de Dilador Borges (PSDB), prefeito de Araçatuba (SP), foi invadido, em dezembro de 2020.
O caso também está sendo investigado pelo Ministério Público, mas corre em segredo de Justiça e Walmir foi exonerado após as denúncias.
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Perícia descarta invasão de hacker a computador de vereadora de Bauru
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