Índice de Sustentabilidade da Limpeza Urbana deu nota “muito baixa” para Marília, “baixa” para Bauru, “média” para Botucatu e “alta” para Ourinhos. Estudo é do Sindicato Nacional das Empresas de Limpeza Urbana (Selurb), em parceria com a PwC Brasil. Descarte irregular de resíduos sólidos na Vila Barros em Marília (SP)
Arquivo pessoal
Bauru e Marília (SP) são as duas principais cidades do centro-oeste paulista e tiveram desempenho classificados como “baixo” e “muito baixo”, respectivamente, no Índice de Sustentabilidade da Limpeza Urbana, um estudo com dados de 2022.
O assunto está mais uma vez em discussão devido ao prazo do Plano Nacional de Resíduos Sólidos para fim dos lixões em todo país, que se encerra em 2024, após ser fixado inicialmente dez anos antes, e deve ser descumprido novamente.
Em Marília, por exemplo, tecnicamente não há mais lixão a céu aberto, mas são frequentes as multas da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) por descarte irregular de resíduos em diferentes pontos do município.
Não é por acaso, portanto, que Marília teve o pior desempenho entre as quatro maiores cidades do centro-oeste paulista na pesquisa do Sindicato Nacional das Empresas de Limpeza Urbana (Selurb), em parceria com a PwC Brasil.
Moradores reclamam de ponto de descarte irregular na zona norte de Marília (SP)
Arquivo pessoal
O Índice de Sustentabilidade da Limpeza Urbana também se baseia no Plano Nacional de Resíduos Sólidos e tem uma nota que vai de zero a um, No estudo, Marília tirou 0,494.
Bauru, teve nota 0,502, enquanto outras duas das maiores cidades da região, Botucatu e Ourinhos, alcançaram, respectivamente, 0,684 e 0,754.
Enquanto Marília ficou com nota “muito baixa” e Bauru com nota “baixa”, o índice atingido por Botucatu foi considerado “médio” e, de Ourinhos, como “alto”.
Avaliação
Com base em dados públicos são avaliadas quatro “dimensões” no Índice de Sustentabilidade da Limpeza Urbana: Engajamento do Município; Sustentabilidade Financeira; Recuperação dos Resíduos Coletados; e Impacto Ambiental.
A primeira dimensão avalia o engajamento e a maturidade da sociedade. São levados em conta o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal e a porcentagem da população atendida com o serviço de coleta regular de resíduos sólidos.
Descarte irregular de entulho em Área de Preservação na zona norte de Marília (SP)
Arquivo pessoal
A segunda dimensão avalia a capacidade do município em sustentar financeiramente os serviços de manejo de resíduos sólidos. É verificado a cobrança pela atividade e se a cifra arrecadada é suficiente para o custeio.
Na terceira dimensão é verificado o grau de adesão da cidade ao Plano Nacional de Resíduos Sólidos. É avaliada a quantidade de material recuperado sobre a massa coletada.
Por fim, se analisa a destinação correta ou incorreta em relação à população atendida. Em suma, nesse ponto é verificado qual o encaminhamento dado aos resíduos sólidos coletados e se existem lixões, por exemplo.
Área de transbordo de lixo em Marília tem frequentes flagrantes de irregularidades pela Cetesb
Arquivo pessoal
Índice de Sustentabilidade da Limpeza Urbana
Bauru: 0,502
Botucatu: 0,684
Marília: 0,494
Ourinhos: 0,754
Engajamento do Município
Bauru: 0,869
Botucatu: 0,874
Marília: 0,856
Ourinhos: 0,855
Sustentabilidade Financeira
Bauru: 0,000
Botucatu: 0,751
Marília: 0,000
Ourinhos: 1,000
Recuperação dos Resíduos Coletados
Bauru: 0,0017
Botucatu: 0,021
Marília: 0,000
Ourinhos: 0,091
Impacto Ambiental
Bauru: 1,000
Botucatu: 1,000
Marília: 1,000
Ourinhos: 1,000
As quatro prefeituras citadas acima foram procuradas para esclarecimentos sobre quais medidas vêm sendo adotadas nos últimos anos para avançar na sustentabilidade da limpeza públicas e quais ações ainda podem ser tomadas para avançar nos tópicos avaliados pelo estudo, mas apenas a cidade mais bem colocada respondeu, Ourinhos.
Segundo o município, a criação da Central de Transbordo, onde há o armazenamento temporário, encaminhamento e transporte correto do lixo, foi a solução encontrada para a destinação adequada após o esgotamento do aterro sanitário da cidade.
“Outra ação importante quanto aos resíduos foi a transferência da coleta para a prefeitura, com a reorganização do serviço e disponibilização de contêineres em locais de maior circulação para evitar que o lixo ficasse espalhado pelas ruas”, seguiu a administração, que conquistou o selo Município VerdeAzul.
Além de ações educativas e de conscientização, segundo o Executivo de Ourinhos, a “cidade também busca a modernização dos serviços, com a criação de aplicativo e atendimento digital, diminuindo a burocracia e deslocamentos para solicitações diversas de fiscalização, arborização, proteção animal, denúncias, etc”.
Para o futuro próximo, de acordo com a prefeitura, estão planejadas ações como “a criação de ecopontos, novas recuperações das nascentes, projetos especiais de coleta seletiva, além de dar continuidade e mais celeridade aos projetos que já foram colocados em prática”.
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Bauru e Marília registram índice baixo em sustentabilidade na limpeza urbana, mostra estudo
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