
‘Estranha Cotoveladas’, que recebeu certificação na Agência Nacional do Cinema (Ancine), estreia nos cinemas na quinta-feira (27). Filmes ‘Estranhas Cotoveladas’ foi gravado e é ambientado em Torre de Pedra (SP)
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Com a trama gravada em Torre de Pedra (SP), referências ao interior de São Paulo e produção de quem nasceu na região, o filme “Estranhas Cotoveladas” estreia nos cinemas na quinta-feira (27), em Sorocaba (SP), Bauru (SP), Araçatuba (SP) e São José do Rio Preto (SP). O longa recebeu certificação na Agência Nacional do Cinema (Ancine).
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A cidade, localizada a 177 quilômetros da capital paulista, foi escolhida como cenário por ser uma lembrança viva ao diretor do filme, Reinaldo Volpato, nascido em Lavínia (SP).
“Torre de Pedra é um monumento geológico no km 164 da Rodovia Castello Branco que vi centenas de vezes ao viajar entre a faculdade, em São Paulo, e a minha casa. Eu ficava de ‘butuca’ na janela do ônibus para não perder de vista”, relembra.
Reinaldo afirma que, quando começou a gravar o filme, foi até o início da Torre de Pedra com o produtor da obra, Lucas Pelegrino, pedir bênçãos para que o filme fosse realizado com beleza e afeto.
Reflexão sobre a sociedade
Dois protagonistas, Pedro Álvares e Ella Trieste, em frente ao Hospital das Clínicas de Botucatu (SP)
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“Em geral, o cinema brasileiro é tímido demais para abordar o tema interior. Por isso, realizei o ‘Estranhas Cotoveladas’ com foco na juventude privilegiada, que frequenta a agricultura familiar e o agronegócio”, comenta o diretor.
Os personagens do longa são universitários e líderes comunitários, o que aproxima a narrativa do público jovem. Além disso, o filme reforça um importante viés de defesa do meio ambiente, destacando a centralidade da água para a saúde ecológica do país.
“O filme não se coloca como defensor das verdades da vida, é mais uma reflexão sobre como e porquê esses jovens vivem defendendo seus interesses sociais e corporativos, permitindo ao público emitir suas opiniões sobre cada personagem e/ou situações. Como a elite vive no cotidiano para preparar suas realidades e futuros.”
Reinaldo explica que o longa se livra do olhar estereotipado sobre a cultura caipira, apresentando um cotidiano rico em situações que definem e revelam seus personagens. “Na verdade, é uma narrativa com uma visão pessoal, mas também um relato do que poderia ter sido, oferecendo uma perspectiva crítica da realidade interiorana”, afirma.
Personagem do filme ‘Estranhas Cotoveladas’ vive triângulo amoroso em Torre de Pedra (SP)
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A arte mais próxima da realidade
Eliandra Caon protagoniza o longa, no qual sua personagem vive um triângulo amoroso, uma temática comum em comédias românticas hollywoodianas. Esse elemento pode despertar ainda mais a curiosidade dos espectadores ao acompanhar as cenas ambientadas no interior de São Paulo.
“Acredito que a Ella, minha personagem no filme, personifica exatamente isso: estar entre a cultura caipira e a cultura massificada. Cada uma tem suas características, mas a caipira revela intimidade, proximidade e acolhimento”, conta a atriz.
Nascida e criada em Lençóis Paulista (SP), Eliandra viveu boa parte da infância e juventude na cidade antes de se mudar para a capital, onde cursou jornalismo e estudou teatro. “Minha relação com a cultura do interior é íntima e uma velha conhecida. Somos muito ricos em histórias que atravessam gerações e permanecem vivas em nossos costumes e tradições”, destaca.
“Quando falo sobre isso, tenho a sensação de estar em casa, como quando você faz uma longa viagem e chega na sua casa. A cultura do interior é a sensação de ‘criar vínculos’.”
Filme ‘Estranhas Cotoveladas’ foi gravado no interior paulista – inclusive na cidade onde é ambientado, Torre de Pedra (SP)
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A paz de viver no interior
Eliandra voltou a morar na cidade onde nasceu anos depois. “Lembro-me que, quando voltei a morar no interior, cheia de ‘cidade grande’ ainda vivendo em mim, pude sentir aquela paz de estar em casa novamente.”
“A cidade grande tem sua graça, mas o interior vive outro ritmo. Não são antagônicas, mas têm suas diferenças. Acredito que isso vale ainda mais para quem, como eu, nasceu em terras tão pequenas como minha cidade.”
“Estranhas Cotoveladas” foi o primeiro filme do qual Eliandra participou e ainda teve o papel de protagonista, o que ela considera um presente. “Eu tinha acabado de me formar e estava muito entusiasmada com o papel. Ao mesmo tempo, foi um desafio, porque a Ella era tão próxima a mim, uma garota do interior fazendo escolhas importantes para sua vida.”
“Foi uma grande aventura e uma delícia poder dar vida à Ella e falar sobre o que eu pessoalmente acreditava. Todo o elenco e produção foram fundamentais para a construção da Ella e pessoas excepcionais para que pudéssemos entregar uma obra fidedigna à cultura popular.”
‘Estranhas Cotoveladas’ teve locações no centro-oeste paulista
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Sinopse
O filme “Estranhas Cotoveladas” conta a história da médica Ella Trieste, que se encontra em um triângulo amoroso com dois homens de mundos opostos.
O primeiro interesse amoroso de Ella é um jovem que trabalha em uma usina de cana de açúcar. Já o segundo, de quem ela mais gosta, é um agrônomo que está implantando uma agricultura familiar e orgânica.
A médica quer seguir seu coração, mas sente que precisa conciliar interesses econômicos e ambientais contraditórios, além de seus sentimentos.
O ponto de conexão entre os três personagens é justamente a cidade do interior de São Paulo, Torre de Pedra, onde eles vivem e a trama se desenvolve.
Atores do centro-oeste paulista participaram da obra de Reinaldo Volpato
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Ao g1, Volpato conta que o filme é um projeto que foi desenvolvido durante dez anos e que custou mais de R$ 2 milhões para ser produzido. Segundo o diretor, a obra chama atenção por ser diferente, não ter tiros, vilões ou heróis, e, sim, ser totalmente protagonizada pelo povo caipira de São Paulo.
Mais informações sobre o longa-metragem e a exibição dele nos cinemas estão disponível nas redes sociais.
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