
Filhote macho passou mais de um mês com o fitilho preso ao corpo em Jaú (SP), foi resgatado e havia sido solto, após sua recuperação total, no dia 16 de março. Suspeita da causa da morte não envolve incidente com a fita. Filhote de capivara recebeu tratamento com apoio do ‘Projeto Capa’, que realiza o resgate de capivaras do Rio Pinheiros, em São Paulo
Defesa Civil
O filhote de capivara que foi resgatado após passar mais de um mês com uma fita de plástico presa ao corpo morreu nesta terça-feira (25), em Jaú (SP). Segundo a veterinária que ajudou no resgate do filhote, a suspeita da causa da morte não envolve o incidente com a fita.
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O filhote macho, apelidado de ‘Ludmillo’, ficou conhecido na cidade pois era visto nas margens do Lago do Silvério com um fitilho de plástico preso ao corpo desde o começo de fevereiro. A fita, feita de polipropileno, é normalmente utilizada para fechar caixas de papelão e encomendas e estava causando ferimentos no animal.
Muitas tentativas foram feitas para tentar a capturar o filhote e retirar a fita, e a Defesa Civil buscou uma estrutura do ‘Projeto Capa’, que resgata capivaras do Rio Tietê e Rio Pinheiros na capital paulista, e a trouxeram para Jaú (SP) no dia 13 de março para auxiliar na missão.
Após a captura, o fitilho foi retirado e, apesar dos ferimentos, o animal se recuperou muito bem e retornou para sua família no dia 16 de março (veja vídeo da soltura abaixo). No entanto, 10 dias após ‘Ludmillo’ ter sido solto, a Defesa Civil do município foi notificada sobre a morte do filhote.
Filhote de capivara é solto após passar mais de um mês com objeto preso ao corpo em Jaú
Possíveis causas da morte
Em entrevista ao g1, a veterinária responsável pelo ‘Projeto Capa’, Roberta Consani, deu mais detalhes sobre as possíveis causas da morte de ‘Ludmillo’, que não envolvem o incidente com a fita pois, segundo a profissional, qualquer complicação proveniente dos procedimentos feitos para a retirada do fitilho teriam aparecido ‘no mesmo dia’.
“A minha primeira hipótese é fasciola hepatica, um verme que toda capivara é portadora mas, quando abaixa a imunidade e elas ficam debilitadas, esse verme começa a ser patogênico, começa a destruir o fígado delas”, explica Roberta.
A Fasciola hepatica, segundo a veterinária, é transmitida por caramujos, e ela alertou que, quando realizaram o resgate do filhote, observou muitos caramujos nas margens do Lago do Silvério: “Aqui no Rio Pinheiros a gente não tem esse tanto de caramujo. Eu fiquei até assustada com quantidade”.
Biópsia do filhote de capivara de Jaú (SP) só será liberado após, no mínimo, 15 dias
Defesa Civil
A segunda hipótese, de acordo com a veterinária, é que ele sofreu alguma ‘hepatopatia’, que são doenças que atacam o fígado e podem ter sido até genéticas, já que ela é filhote.
“Outras possibilidades são a intoxicação, causada talvez por algum veneno que veio com o rio, ou por êxtase gástrica por algo que ela comeu, que é quando o intestino para de funcionar”, finalizou Roberta.
‘Ludmillo’ foi encaminhado pela Ong ARAS ao Laboratório de Patologia e Medicina Legal Veterinária da Unesp de Botucatu (SP), onde será feita a biópsia para confirmar ou descartar as hipóteses da causa da morte que foram levantadas. O resultado, no entanto, é liberado apenas daqui, no mínimo, 15 dias.
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