País foi bombardeado pelo grupo extremista islâmico Hamas; ataque deixou centenas de mortos e milhares de feridos. Guerra em Israel: turista do interior de SP relata medo do conflito: ‘Caótico, chocados, perdidos’
Reprodução/Arquivo pessoal
O que era para ser uma viagem que celebraria a formatura do curso de engenharia civil se transformou em horas de tensão e desespero para Maria Clara Figueiredo Costa, de Sorocaba, no interior de São Paulo. A situação vivida por ela foi parecida com a de outros 35 turistas das regiões de Bauru e São José do Rio Preto (SP), que também estão em Israel, país que declarou guerra após o ataque do grupo extremista islâmico Hamas.
Maria Clara viajava por Jerusalém e, enquanto tomava um café com o grupo de brasileiros que a acompanhou na viagem, foi surpreendida por sons de sirene, correria e gritos pedindo para que todos se protegessem embaixo de escadas.
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Após receber a informação de que estavam seguros, a jovem foi com o grupo para Belém e recebeu a notícia de que a guerra fechou a fronteira da cidade.
“Por glória a Deus nós conseguimos passar pela fronteira de Belém e chegamos a Jerusalém, pegamos nossas malas e o grupo decidiu que iríamos ao aeroporto de Tel Aviv para embarcar no primeiro avião que aparecesse e conseguirmos trocar a passagem”, relata.
“Está tudo bem caótico aqui. Ninguém esperava isso, foi muita surpresa. Os brasileiros que estão aqui também estão bem chocados, perdidos, mas vai dar tudo certo”, afirma.
A sorocabana conseguiu embarcar para Dubai ainda neste sábado (7) e, de lá, deve retornar para o Brasil.
Guerra em Israel: turista de Sorocaba relata medo do conflito
O turismo religioso atraiu a empresária Flávia Meire Silva Vidoto, de Bauru (SP), ao país. Ela também relatou ao g1 a tensão que presenciou quando ouviu as sirenes do hotel.
“De imediato, nós só vimos que era uma sirene e acordamos assustados. Eu e meu esposo levantamos correndo e já comecei a arrumar as coisas, peguei minha bolsa, o passaporte e o dinheiro”, lembra Flávia.
Segundo as turistas, a recomendação de recolher-se deixou as ruas de Jerusalém vazias
Arquivo Pessoal
Ela e outros hóspedes foram conduzidos para uma espécie de búnquer a quatro subsolos. Após a liberação, foram instruídos a ficar no saguão do hotel até serem autorizados para voltar aos quartos.
“O que é mais tenso é passar para o pessoal que está no Brasil que nós estamos bem. Eu já passei mensagem para minha filha que eu estava indo para um lugar seguro e que se eu não respondesse era por que lá embaixo, nos abrigos, não pega internet”, conta.
Monike Mussi Skaff, de Cedral (SP), também está no hotel. Ao g1, ressaltou que mesmo com o conflito acontecendo em outra região do país, os turistas foram instruídos a não saírem do prédio.
“Estamos no quarto agora, só que não podemos sair para lugar nenhum.”
O grupo segue na cidade até um posicionamento da agência de viagens sobre os novos passos.
Mais de 400 mortos e milhares de feridos
O grupo extremista islâmico armado Hamas bombardeou Israel neste sábado (7) em um ataque surpresa considerado um dos maiores sofridos pelo país nos últimos anos.
Os ataques aconteceram principalmente na parte sul do país. Milhares de foguetes foram lançados e os militares de Israel afirmaram que “vários terroristas infiltraram-se no território israelita a partir da Faixa de Gaza”.
O grupo Hamas reivindicou o ataque e afirmou se tratar do início de uma grande operação para a retomada do território (entenda aqui). Segundo a imprensa internacional, os serviços de emergência já confirmaram que ao menos 432 pessoas morreram, sendo 200 em Israel e 232 na Faixa de Gaza — essas últimas tendo sido mortas na retaliação israelense.
Mapa mostra conflito em Israel
Arte/g1
Outras milhares de pessoas ficaram feridas. O Ministério de Saúde de Israel afirmou que pelo menos 1.104 pessoas foram levadas a hospitais para serem atendidas. Dessas, há 17 em estado crítico.
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O que se sabe até agora?
Em resposta aos ataques, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que seu país está em estado de guerra. O premiê lançou a operação “Espadas de Ferro” e convocou uma reunião de emergência com autoridades de segurança. O país convocou uma grande quantidade de reservistas.
“Estamos em guerra e vamos ganhar”, disse Netanyahu. “O nosso inimigo pagará um preço que nunca conheceu.”
O ministro da Defesa do país, Yoav Galant, afirmou que o Hamas cometeu um grande erro. Confira as atualizações sobre o bombardeio aqui.
*Sob supervisão de Heloísa Casonato
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