Mercadorias precisam ser descaracterizadas e um manual que será criado pelos estudantes vai orientar sobre esse processo. Entenda como o projeto funciona. Parceria entre a Receita Federal e a Unesp dará destinação social a produtos apreendidos
A Receita Federal apreende todos os anos toneladas de mercadorias que muitas vezes acabam sendo destruídas, por serem produtos falsificados de marcas famosas.
Mas, agora por meio de uma parceria da com a Unesp, entidades assistenciais de Bauru (SP) e região vão poder receber estes materiais e a universidade vai fornecer a tecnologia para que esses produtos, com roupas, por exemplo, sejam transformados, gerando renda para as entidades.
A coordenadora geral da Caritas em Bauru, Karla Andrade, está cheia de projetos para os assistidos pela entidade, que atende mais de mil pessoas por mês.
“Tem uma grande importância a gente receber esses materiais, nós já temos projetos preparados para fazer a descaracterização desses produtos, roupas e o que vier com o público que nós já atendemos hoje, que é a população idosos e imigrantes refugiados e nós vamos focar nessas mulheres, que elas possam, assim como estamos resignificando essas roupas, resignificar a sua vida.”
Produtos apreendidos pela Receita Federal são descaracterizados em parceria com a Unesp de Bauru
TV TEM / Reprodução
Mas para colocar tudo em prática, ela precisa receber as mercadorias da Receita Federal. Afinal, são toneladas de coisas apreendidas todos os anos e, por isso, as parcerias da receita com entidades se tornaram fundamentais no processo de descarte correto dos produtos.
“A Receita Federal apreende todos os anos toneladas de produtos, principalmente no estado de São Paulo, onde temos os maiores portos e aeroportos. Isso abarrota os nossos armazéns e a gente precisa dar uma saída para essa grande quantidade de produtos apreendidos e nada melhor que fazer uma saída social e sustentável”, explica a superintendente da Receita Federal, Márcia Cecília Meng.
Só em 2023, 212 municípios foram beneficiados com as doações no estado de São Paulo, mas tudo que é doado pela receita precisa passar por um processo de descaracterização.
“Uma vez apreendida, ela precisa ter uma destinação e ela não pode ser doada ou destinada da forma que ela se encontra, porque são produtos que imitam as marcas verdadeiras, então precisa descaracterizar esses produtos e aí que entra a tecnologia oferecida pelas universidades. Eles usam diversos recursos para fazer isso e a partir daí podemos dar a destinação dos produtos”, completa Márcia.
Para ajudar as entidades, a receita organizou essa palestra para ensinar sobre reutilização e essas informações vão se tornar um manual.
O manual vai ser formado por estudantes da Unesp de Bauru, além disso, a universidade também firmou parceria com a Receita em junho deste ano e está reaproveitando as peças.
“A Unesp entra no processo tanto de descaracterizar e transformar as peças para que elas possam ser reutilizadas e também no caso daquelas de menor valor agregado elas são transformadas para preencher almofadas por exemplo”, afirma o diretor do Centro de Inovação da universidade, Marcelo Carbone.
A coordenadora do abrigo de idosos Paiva, Rozely Moraes, ficou de olho nas ideias do que vai poder fazer com os assistidos, afinal, ela conseguiu absorver várias informações do projeto.
“Tem muitas funções que eles fazem que até então eram desconhecidas para gente. Para nós enquanto instituição irá abrir novos caminhos, para buscarmos novas parcerias e meios de manter a instituição através das doações que possam vir da Receita Federal.”
Depois da descaracterização, a Receita pode dar a destinação social e sustentável aos produtos
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